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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O Sonho da igualdade só cresce no terreno do respeito pelas diferenças. (Augusto Cury)  
Acessibilidade em debate
  Cotidianamente estamos expostos às diversas e inusitadas situações da vida. Nunca pensamos em limitações físicas, regressos ou quaisquer situações
trágicas. Estaríamos prontos a encarar uma deficiência?   
Convivemos  com  situações  variadas  no  decorrer  do  tempo.  As
deficiências, por exemplo, estão presentes em todos os locais. É nosso dever,
enquanto  cidadãos  colocarmo-nos  no  lugar dos  que  possuem  limitações  (por
questões  físicas  ou  mentais)  para  que  possamos  ter  a  real  noção  de  suas
necessidades. Atitude esta que, por consequência, nos  faria dar maior valor à
própria  existência.  Neste  mundo,  alguns  consideram  a  aparência  primordial,
enquanto o mais real e valioso está no intelecto, no ser em si. No mais, somos
todos iguais.    A indignação surge quando todos insistem que nós, os limitados por tais
condições, nos misturemos à sociedade dita  “normal”. Por  isso  lhes pergunto:
dão-nos condições para isso? São raros os locais adaptados de forma correta,
como previsto na lei nº 10.098 de dezembro de 2000. 
           Normalmente  deparo-me  com  a  falta  de  banheiros  adaptados,  por
descumprimento  da  norma.  Suponho  que  os  projetores  não  tinham  a
informação correta, pensam que banheiro adaptado só precisa  ter o sanitário
mais  elevado  e  alguns  varões  ao  redor,  enquanto  esquecem  de  observar  o
artigo 6º da lei já citada, que diz:
“Os banheiros de uso público existentes ou a  construir em
parques,  praças,  jardins  e  espaços  livres  públicos  deverão
ser acessíveis e dispor, pelo menos, de um  sanitário e um
lavatório  que  atendam  às  especificações  das  normas
técnicas  da  Associação  Brasileira  de  Normas  Técnicas
(ABNT).”  
 Existem  ainda  inúmeras  alterações  arquitetônicas  que  nem  sempre
estão  corretas,  como  exemplo,  as  rampas  de  acesso  as  calçadas  com
inclinações exageradas.    Outras questões ainda são valhas na discussão: uma cadeira de  rodas
não é como uma bicicleta, com a qual o individuo pode viver sem, pois é o meio
de locomoção do deficiente. Por que custar tão caro? A carga tributária deveria
ser  reduzida  ao máximo,  justamente  por  ser  algo  indispensável.  A  bicicleta,
considerada  objeto  supérfluo,  custa  em média  R$  600,00  reais.  Enquanto  a
cadeira  de  rodas,  que  é  instrumento  básico  nas  necessidades  diárias  do
deficiente,  custa  em  torno  de  R$  2.000,00  reais  (sem  motorização).  O
tetraplégico:  aquele  que  não  tem  movimento  nos  membros  superiores,
necessitará de uma cadeira motorizada e vai  ter de dispor de, em média, R$
8.000,00  reais.  Diante  disso  surge  outra  pergunta,  será  que  todos  possuem
condições de adquiri-la?
  Deixar  de  caminhar  e  correr  para  tocar  rodas,  não  é  algo  desejado.
Entretanto,  são  nos  momentos  em  que  nos  deparamos  com  situações
constrangedoras,  que  enxergamos  a  possibilidade  de  solucionar  alguns problemas. A independência é conquistada diariamente através dos obstáculos
que  vencemos.  Nos  momentos  de  desespero  procuramos  tudo  e  todos.  E
pasmem, mesmo  nestas  ocasiões  existirão  seres  capazes  de  te  passar  para
trás. Em contrapartida, muitos outros ficarão ao seu lado. 
  A  constituição  de  1988  garante  o  Direito  de  ir  e  vir,  à  igualdade  e  à
dignidade humana. Essa  temática precisa de palco. As  leis existem, mas para
que  sejam  cumpridas,  é  necessário  socializar  a  compreensão  das  reais
necessidades enfrentadas no cotidiano de quem tem alguma limitação.
  Todos  temos  limitações  independente  de  deficiência,  e  isto  não  nos
impede  de  estudar,  trabalhar,  viajar,  namorar  ou  até  mesmo  dirigir.  Estar
sentado em uma cadeira de rodas para muitos pode parecer o fim, pode gerar
uma  visão  total  de  impossibilidades.  Contudo,  para  outros,  em  igual  ou  pior
situação, pode ser completamente normal, com  todos os direitos que pessoas
ditas “normais” têm. Portanto, sejamos humildes, afinal somos semelhantes.

Felipe Fachinello.

2 comentários:

  1. O ideal as vezes me parece está tão longe dos princípios de um ser humano! Vai ver que é por isso que estamos sempre beirando a loucura. Maravilhosa observação Felipe Fachinello. Concordo com vc em gênero e grau.

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  2. aaaaaaaaaê o meu texto correndo o brasil! =D

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